sábado, 16 de janeiro de 2010

AVOLUMAM-SE AS DÚVIDAS

Eis-me de volta ao lastimável tema da Gripe A (e por extensão ao absurdo das paranóias securitárias) a propósito de notícias, como esta do PUBLICO, dando conta do crescente avolumar das dúvidas que rodeiam a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a forma como geriu aquela questão.

Olhando friamente para as notícias das últimas semanas e em especial para as críticas que no final do ano passado se começaram a ouvir em estruturas como o Parlamento Europeu[1], parece começar a ganhar cada vez mais peso a ideia de que a famigerada pandemia não passou de um monumental embuste.

Se em meados de Novembro abordei no “post” «É DIFÍCIL LEVAR A SÉRIO...» a questão da leviandade que parecia rodear a abordagem do fenómeno da pandemia, começando pela histeria criada para a opinião pública e acabando numa muito provável comercialização demasiado apressada das vacinas desenvolvidas, já anteriormente[2] tinha feito referência à indústria farmacêutica como possível (e óbvia) beneficiada pela rápida decisão da OMS de declarar a Gripe A como uma pandemia e que agora deputados do Parlamento Europeu identificam claramente.

Como se não bastasse este desnecessário e prejudicial clima de suspeição sobre a actividade da OMS, este organismo apresenta-se agora disposto a aceitar uma avaliação por peritos independentes para determinar se a sua resposta à pandemia de gripe A (H1N1) foi ou não adequada, embora o seu porta-voz não tenha deixado de dizer que tal só será possível após o fim da pandemia e a previsão para a suspensão da situação pode ser de meses ou anos.

Por outras palavras o organismo da ONU dirigido desde finais de 2006 pela Dra Margaret Chan (ex-responsável pelo Departamento de Saúde Hong-Kong no período auge da gripe aviária) aceita vir, num futuro mais ou menos distante, a discutir a legitimidade e a justeza de uma decisão que entretanto já rendeu chorudos lucros a uma industria farmacêutica que não mostrou o mínimo rebuço em comercializar um produto sem previamente o ter testado de forma adequada, enquanto reafirma que a pandemia ainda não terminou.

Entretanto pouco se ouve (ou lê) sobre a real dimensão da proclamada pandemia, que nas previsões dos especialistas provocaria 70 milhões de mortos, mas que afinal se constata hoje não ter provocado mais que 13 mil óbitos e que no caso português não chegou a atingir a centena (número muito inferior aos cerca de 2 mil óbitos que normalmente o vírus da gripe comum provoca anualmente) e ainda menos se questiona a lógica de tudo isto.

Mesmo quando já começa a circular a informação de que a indústria farmacêutica terá lucrado cerca de 5 mil milhões de euros com o negócio das vacinas fabricadas à pressa e insuficientemente testadas, a reacção da generalidade dos actores responsáveis no processo é nula ou até de alguma concordância e tentativa de justificação para todo este absurdo, pelo que dificilmente alguma coisa poderá resultar, além da ideia cada vez mais consistente de uma clara orquestração por detrás de tudo isto.

E esta nem sequer é a primeira, pois descontando o célebre “bug” do ano 2000 (que iria provocar a paragem de todos os computadores), na área da saúde o crescendo de histeria e medo começou com a epidemia das vacas loucas, continuou com a da gripe aviária e agora atravessa a pandemia da gripe A (inicialmente conhecida como gripe suína), pelo que, tudo o indica, iremos conhecer outras.
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[1] O texto de uma moção apresentada naquele organismo por um conjunto de deputados de diferentes famílias políticas, pode ser lido aqui.
[2] Sobre o assunto ver o “post” «PANDEMIA – MITO OU REALIDADE?».

1 comentário:

S. disse...

Com base em números da OMS e do CNS elaborei um texto sobre os factos por trás da gripe A. Torna-se cada vez mais visível que as minhas suspeitas eram fundamentadas e cada vez mais pessoas se apercebem disso mesmo.

Se olharmos para a nossa sociedade e para a forma como tudo se processa nela, que melhor maneira existe de comercializar senão gerar uma necessidade com base com medo e na paranóia da sociedade?