domingo, 8 de dezembro de 2013

DIVIDIDOS

A decisão anunciada pelo governo de Kiev de adiar a assinatura do acordo de associação entre a União Europeia e a Ucrânia, levou para as ruas os ucranianos que vêem na aproximação a Bruxelas uma garantia contra a influência russa.

Assim, enquanto naquele país milhares saem às ruas por julgarem preferível a sua integração a prazo na UE à presente ligação à vizinha Rússia, país do qual dependem para o abastecimento energético e que de pronto fez saber que uma aproximação à UE seria seguida da deslocalização da importante indústria tecnológica e aeroespacial, a elite no poder parece recear as sequelas de tal decisão.


Curioso, em especial para os cidadãos da Europa do Sul para os quais o anseio dos ucranianos se parece demasiado com o que eles próprios pensaram aquando da sua adesão à UE Para já não falar que continua a escrever-se muito sobre uma Ucrânia dividida entre pró-europeus e prós-russos e pouco ou quase nada na evidência de que a decisão do governo de Viktor Yanukovytch traduz, em grande medida, a ineficácia e o falhanço da estratégia de Bruxelas, numa altura em que não é apenas a Ucrânia que está dividida mas toda a Europa.

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