quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

BREXIT

Restarão cada vez menos dúvidas que grassa a maior confusão para os lados de Bruxelas. Depois do famigerado GREXIT (processo de afastamento da Grécia da UE) eis que o novo “terror” é um tal BREXIT, ou seja uma hipotética saída da Grã-Bretanha da UE, inicialmente ameaçado pelo primeiro-ministro David Cameron mas agora desaconselhado pelo mesmo após uma prolongada cimeira de chefes de governo da UE, onde «Bruxelas cede a Cameron para evitar o Brexit».


Claro que no rescaldo tanto se pode dizer ter-se cedido o necessário como assegurar que se alcançou uma grande vitória, mas o certo é que para já Cameron terá assegurado a extensão do já proverbial estatuto de excepção inglês.

E o problema parece ser esse mesmo... Numa UE dilacerada pela questão das dívidas públicas, pela fragilidade do seu crescimento económico e acossada pela pressão imposta pela questão dos migrantes, depois do nunca cabalmente explicado (e ainda menos entendido) estatuto especial dum Reino Unido que sempre pareceu jogar mais num tabuleiro pró-interesses dos EUA que da UE, eis que o aumento das excepções desejadas pelos ingleses contribuirá fatalmente para o exacerbamento doutras vontades individualistas (veja-se já o caso dos estados-membros do ex-bloco de leste) sem qualquer garantia de real vantagem para a UE.

É estranho que um Reino Unido a quem se tem admitido toda uma panóplia de políticas anti-UE, que conheceu o apogeu na não adesão à moeda única, pretenda referendar a continuidade numa união cuja adesão nunca referendou nem revelou qualquer interesse ou necessidade em referendar os seus principais tratados.

O referendo marcado para Junho joga não apenas o futuro político de David Cameron, pois o principal prejudicado será, qualquer que seja o resultado, sempre esta burocratizada UE onde imperam todos os interesses excepto o dos cidadãos europeus.

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